Ontem foi o aniversário de 45 anos de um dos melhores álbuns os Beatles, aquele que os inseriu na cena psicodélica – ‘Revolver’. Lançado em 1966, ano em que os Beatles deixaram de fazer turnês e em que John conheceu Yoko, Revolver foi um divisor de águas na carreira dos Fab Four, servindo inclusive como referência para muita coisa que surgiu depois na música.
O sétimo disco da banda conta com canções soberbas, repletas de experimentações e lirismo. Os rapazes que vinham ouvindo o vanguardista Stockhausen, rechearam as faixas com sons gravados do cotidiano, solos tocados de trás para frente, paredes sonoras, violinos e metais. George, que nessa época ensaiava o flerte com a cultura indiana (que se estenderia por toda a sua vida), contribui explorando a cítara. Paul revela-se um exímio compositor, iniciando a tradição de peças narrativas, que exploraria em inúmeros discos futuros.
Sem ter de se ocupar com turnês e filmes, a banda começa a se deter mais sobre as composições e se dedica a uma produção mais caprichosa. Criar o inédito e competir com o que havia de melhor no mercado roqueiro era a palavra de ordem para Lennon e McCartney, que exigiam cada vez mais de si mesmos, de seus companheiros e de seu produtor, George Martin.
Além disso, ‘Revolver’ é um disco produzido à base de drogas. Os músicos, que já eram entusiastas da maconha, começavam a experimentar LSD e a compor sob seu efeito. “Tomorrow Never Knows” é a própria ode à viagem lisérgica.
Ao contrário do que se pensa, o título ‘Revolver’ não se refere à arma, mas ao verbo “revolver”. Uma primeira opção seria ‘Abracadabra’, que acabou sendo descartada. A capa do disco foi criada por Klaus Voorman, um amigo antigo dos tempos de Hamburgo, que mais tarde tocaria baixo em vários discos de John, George e Ringo). E apesar de ter várias faixas banidas das rádios devido à apologia às drogas, o disco entrou no 1º lugar das paradas em 10 de Agosto, onde permaneceu por 7 semanas.